Como proceder em caso de Emergência com o seu Animal?

Como proceder em caso de Emergência com o seu Animal?

As situações de emergência veterinária são frequentes no nosso quotidiano. Acidentes de viação, mordeduras por outros animais, ingestão de tóxicos, são alguns exemplos de situações que exigem atuação rápida e alguns conhecimentos básicos que mantenham o animal vivo e consciente até ser consultado pelo médico veterinário. Os procedimentos de emergência, quando possível, iniciam-se com a chamada para o veterinário, a quem é feita uma descrição detalhada da situação, a fim de receber aconselhamento.
É fundamental, saber avaliar os principais sinais vitais, para uma melhor descrição da emergência.

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Sempre que esteja perante um cão ferido deve tomar precauções para sua segurança. Animais feridos e com dor podem ter comportamentos agressivos! Aproxime-se de forma calma e deixe que o cão o observe. Idealmente estes animais devem ser manipulados com um açaime para sua segurança. Caso não exista essa possibilidade, uma boa alternativa é utilizar uma ligadura de gaze para substituir o açaime:

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  1. Colocar uma tira simples de tecido em torno do focinho do cão e apertar o suficiente para que não consiga abrir a boca.
  2. As tiras devem ser cruzadas por baixo da boca.
  3. Puxar as pontas para o pescoço e fazer um nó atrás das orelhas.

Se estiver perante um gato ferido, aproxime-se de forma calma e deixe que o gato o observe. Idealmente estes animais devem ser manipulados depois de contidos numa toalha ou manta. Para isso, deve envolver o gato com a manta, cuidadosamente deslizar o animal para cima da mesma e enrolá-lo o melhor possível, deixando apenas o pescoço e a cabeça de fora, sem causar desconforto ou dor.

Os procedimentos de emergência têm como objetivo minimizar a dor e manter o animal a salvo até que possa ser consultado, não dispensam os cuidados médico-veterinários!

Reanimação Cardiorrespiratória

Sempre que se suspeite de paragem cardiorrespiratória deve começar pela verificação dos sinais vitais, identificação da presença de movimentos respiratórios e avaliação do pulso.
Se um cão está em insuficiência ou paragem respiratória terá de ser ventilado artificialmente. Antes de o fazer é fundamental garantir que as vias aéreas estejam desobstruídas.

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Inspeção das vias aéreas:
• Abra cuidadosamente a boca do cão
• Puxe a língua para fora e efetue uma verificação das vias aéreas (inspecione a zona da garganta).
• Procure e retire algum objeto estranho que possa estar a provocar obstrução.

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Ventilação artificial – respiração “boca a nariz”:
• Feche a boca do cão e mantenha-a fechada com a mão.
• Respire com a sua boca diretamente no nariz do animal.
• Após a expansão do tórax, repita o procedimento a cada 4-5 segundos.

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• Caso não haja expansão torácica, é provável um bloqueio das vias respiratórias, pelo que se recomenda a realização de uma manobra semelhante à manobra de Heimlich no Homem, que
consiste na realização de 5 compressões vigorosas no abdómen, numa tentativa de expelir o objeto estranho.

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É importante a verificação simultânea de pulso.
Na sua ausência de pulso é necessária a realização de compressões torácicas.
Técnica de compressão torácica:
• Deitar sobre o seu lado direito e comprimir vigorosamente a área posterior ao cotovelo. Em cães pequenos a compressão é realizada utilizando as duas mãos, uma de cada lado do tórax.
• O número de compressões torácicas deve corresponder à frequência cardíaca normal do cão, aproximadamente 100 por minuto.
• Alternar as compressões torácicas com a respiração artificial. Por cada 30 compressões fazer 2 ventilações.

Fazer a verificação do pulso femoral passado um minuto. Na presença de pulso/ batimento cardíaco ou respiração voluntária deverá interromper as compressões, caso contrário continuar o procedimento até conseguir ajuda de um profissional.
Estas manobras devem ser feitas enquanto se dirige para um centro de atendimento veterinário, para que o cão receba a assistência médica adequada.

Dra Sónia Miranda

Como ajudar o seu animal se ele tiver uma hemorragia

Como ajudar o seu animal se ele tiver uma hemorragia

Hemorragia é toda a perda de sangue que o organismo possa sofrer, seja ela rápida (aguda) ou de forma lenta e gradual (crónica).
Uma perda de um grande volume de sangue em pouco tempo pode provocar uma paragem cardíaca.
As hemorragias independentemente da causa devem ser controladas rapidamente, porque uma perda de sangue, aguda ou crónica pode ser fatal. É importante saber controlar uma hemorragia, já que pode ser necessário em casos de emergência, nem que seja apenas durante o transporte até ao veterinário.

As hemorragias externas são mais fáceis de se detectar pois é possível a visualização da perda de sangue. Normalmente, são provocadas por um corte, perfuração ou lutas entre os animais.

Hemorragias Superficiais

Atingem só a pele. Os pequenos vasos que irrigam a pele são danificados e a perda de sangue é considerável, mas raramente fatal.

O que fazer?

Aplique um pano limpo ou compressas de gaze sobre o corte e pressione por alguns minutos. Mantenha a pressão até a hemorragia parar. O tempo para que isso ocorra é variável e está relacionado com a região do corte e a extensão da lesão. Por exemplo, as orelhas e patas sangram bastante. Encaminhe o animal para o veterinário para a desinfeção e sutura do corte. Se isso não for possível imediatamente, após a hemorragia diminuir, limpe o local com água oxigenada, tentando não esfregar vigorosamente para não afetar o processo de coagulação. Desinfete e mantenha o local protegido por uma gaze ou pano para impedir a contaminação e o acesso das moscas à lesão. Ligaduras de gaze e pensos são difíceis de se manter, pois o animal costuma retirá-los imediatamente

Hemorragias Profundas

Se um vaso sanguíneo for atingido (veia ou artéria), a hemorragia pode ser grave e deve ser estancada imediatamente. Os vasos que podem ser atingidos mais facilmente localizam-se nas patas, cauda, orelhas e pescoço.

O que fazer?

Aplica-se um pano limpo sobre a lesão pressionando firmemente. No caso de vasos maiores, o sangue não irá parar facilmente. Mantenha a pressão sobre a região até chegar ao veterinário. No caso de patas ou cauda poderá aplicar um garrote, ou seja, com uma ligadura, cordão ou até o atacador de um sapato, amarre o membro ou cauda um pouco antes da região do corte. O garrote estancará a hemorragia imediatamente, mas não deve mantê-lo por mais de 15 minutos ou apertá- lo muito sob o risco de necrosar o membro por falta de suprimento de sangue. Se usar o garrote, afrouxe-o a cada 15 minutos e depois volte a apertar.

A aplicação de pressão direta sobre a ferida é o método mais eficaz para controlar uma hemorragia. Se a compressão direta for impossível ou ineficaz pode ser aplicada pressão sobre a artéria que irriga a zona afetada:

• Pressionar a artéria femoral, na face interna da coxa, em caso de hemorragia grave do membro posterior.
• Pressionar a artéria braquial, na zona axilar, caso exista hemorragia grave no membro anterior;
• Pressionar a artéria caudal, na base da cauda se a ferida estiver na cauda.

As hemorragias internas são mais difíceis de se detectar, pois não se visualizam. Após uma queda ou um acidente, o animal pode perder sangue por rutura de um órgão ou de um vaso interno. A ingestão acidental de rodenticidas pode provocar uma coagulopatia e ser responsável por hemorragias internas.

O que fazer?

Se o animal estiver com uma hemorragia interna, perderá temperatura rapidamente e as suas mucosas (gengivas e conjuntiva ocular) ficarão pálidas. O animal pode perder a consciência e entrar em choque. Como não temos como diagnosticar a hemorragia interna, em casos de acidentes ou quedas, se houver perda de temperatura, palidez e perda de consciência, deve-se tratar o animal como no caso de choque e encaminhá-lo ao veterinário imediatamente.

As hemorragias internas são emergências que requerem tratamento médico imediato. Os sinais clínicos associados são a palidez das mucosas, debilidade, diminuição da temperatura corporal e um aumento da frequência cardíaca e respiratória.

Existem macas desenhadas especificamente para o transporte de animais politraumatizados.

Dra Sónia Miranda

Cuidados para o Verão: Como reagir em caso de Queimaduras ou Golpe de Calor

Cuidados para o Verão: Como reagir em caso de Queimaduras ou Golpe de Calor

Queimaduras

Tal como nas pessoas, as queimaduras nos animais também se classificam de acordo com a sua gravidade e extensão:


1º GRAU: lesão superficial que cicatriza em média após 10 dias.


2º GRAU: lesão da pele mais profunda que a anterior. Há perda dos pelos e formação de vesículas (bolhas). A pele cicatriza em mais de 15 dias.


3º GRAU: lesão grave em que toda a espessura da pele é destruída. É um processo muito doloroso e de cicatrização muito lenta.

Causas comuns: agentes térmicos (água ou superfícies muito quentes, fogo) ou agentes químicos (ácidos, substâncias cáusticas).
Casos mais comuns: animais que comem comida caseira muito quente podem ter queimaduras de grau leve na boca; acidentes envolvendo líquidos a ferver que caiem acidentalmente sobre os animais resultam em queimaduras de 3º grau; animais que lambem ou ingerem substâncias cáusticas presentes em produtos de limpeza podem queimar a boca e esófago; choques elétricos podem resultar em queimaduras na boca e língua; queimaduras de sol podem ocorrer em animais de pele e focinho muito claros; queimaduras nas almofadas plantares por andarem sobre asfalto muito quente.
Em caso de incêndios os cuidados primários a ter com os seus animais são semelhantes ao que deve ter consigo, Protege-lo das queimaduras diretas na pele e não esquecer as queimaduras e intoxicação do aparelho respiratório pela inalação de fumo a altas temperaturas.

O que fazer: Queimaduras de 1º e 2º graus podem ser tratados com pomadas cicatrizantes e antibióticas, sob a orientação do médico veterinário. Lavar a lesão com água corrente ou soro fisiológico frio pelo menos 5 minutos, aplicar uma pomada cicatrizante e uma ligadura de gaze até levar o animal ao veterinário.
Se a lesão for de 3º grau, esse procedimento é muito doloroso e, portanto, deve ser feito sob tranquilização ou anestesia, por um profissional. Neste caso, aplique soro fisiológico frio e leve o animal ao veterinário, pois toda a manipulação da queimadura é muito dolorosa.
Queimaduras de sol ocorrem em animais expostos muito tempo ao sol e podem ser evitadas com o uso de um protetor solar sobre a região glabra do focinho ou das orelhas, por exemplo. Evitar a exposição prolongada ao sol em animais de pele e pelos muito claros. Os gatos brancos são especialmente sensíveis à exposição solar.
A utilização de blocos de gelo nas queimaduras está contraindicada, assim como a aplicação de manteiga, margarina ou qualquer outra gordura.
As queimaduras podem ser térmicas, químicas, elétricas ou por fricção.
Nunca considere uma queimadura um acidente “menor”. Por vezes é difícil determinar a extensão da lesão, por isso, mesmo que a queimadura pareça pequena deve dirigir-se o mais rápido possível ao seu veterinário e em casos de maior gravidade monitorizar os parâmetros vitais do animal.

Quais os cuidados a ter para prevenir queimaduras?

Quando estiver a cozinhar, mantenha o seu cão fora da cozinha ou a uma distância de segurança caso esteja a fazer um churrasco ao ar livre.
Mantenha produtos químicos domésticos fora do alcance dos animais, armazenados em locais inacessíveis e quando os estiver a utilizar esteja atento para evitar que o seu cão ou gato tenha contacto com os mesmos.
Proteja-o da exposição solar prolongada e aplique-lhe protetor solar. Não passear sobre o asfalto em horas intensas de calor.

Golpe de calor

Os cães, especialmente as raças braquicefálicas (boxer, bulldog, pug, etc) podem desenvolver um golpe de calor após uma exposição prolongada a temperaturas elevadas. Este desenvolve-se rapidamente e nem sempre é precedido de sinais alarmantes. Se não for tratado de imediato pode provocar alterações permanentes ou até mesmo levar à morte.
Os sinais clínicos mais comuns incluem um aumento da temperatura corporal, ansiedade, respiração rápida e superficial, aumento da frequência cardíaca, vómito, perda da coordenação motora ou até mesmo colapso.

Os procedimentos de emergência até o animal ser visto pelo veterinário incluem:
• Deslocar o animal para uma zona fresca.
• Iniciar o arrefecimento ativo – molhar o paciente com água ou envolver o corpo com toalhas molhadas.
• Não submergir o animal em água fria ou utilizar gelo, já que um arrefecimento rápido pode provocar vasoconstrição e uma consequente inibição da dissipação do calor.
• Monitorizar a temperatura retal e quando a temperatura atingir os 39⁰

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