Cancro da mama – prevenção e deteção precoce

Cancro da mama – prevenção e deteção precoce

Sabia que as cadelas e as gatas também podem sofrer de cancro da mama? Os números são preocupantes – este é o tipo de cancro mais comum nas cadelas e o terceiro mais comum nas gatas. Saiba como prevenir esta doença e aprenda a fazer o exame caseiro que lhe permitirá detetá-la atempadamente:

Como pode examinar o corpo do seu animal para detetar problemas atempadamente?

Nas consultas de rotina que acontecem pelo menos duas vezes por ano, o médico veterinário faz um exame físico exaustivo. Mas os cancros podem surgir a qualquer momento, por isso recomendamos que faça um check-up caseiro mensal ao seu animal de companhia. Este exame consiste numa inspeção corporal completa, da ponta do focinho à ponta da cauda, e até às pontas dos dedos! Deve fazê-lo pelo menos uma vez por mês.

Além de inspecionar visualmente os olhos, os ouvidos, a boca, a pele e o pêlo, palpe o corpo todo também! Esta é a melhor forma de detetar problemas discretos, antes de se tornarem óbvios à vista. Reserve alguns minutos e realize este exame tranquilamente, num ambiente calmo. O animal deve estar descontraído para permitir ser manipulado de forma exaustiva. Se o seu animal não estiver habituado a festas, associe este exame a coisas positivas como brincadeiras. Recompense-o com um biscoito ou outro prémio apropriado para conquistar progressivamente a sua colaboração. Habitue o seu animal a esta rotina e familiarize-se de modo a detetar mais facilmente qualquer alteração à normalidade. Registe qualquer nódulo, inchaço, ferida ou ponto doloroso para posteriormente indicar ao seu veterinário.

Passe as mãos suavemente pela superfície do corpo, com uma mão de cada lado para poder perceber assimetrias. Percorra todo o corpo de forma sistemática. Com o animal em estação (parado, de pé nas quatro patas), comece na cabeça, continue ao longo do pescoço e siga para o dorso até à cauda. Depois recomece na base do pescoço, passe pelas axilas, os flancos e as virilhas. Seguidamente palpe os membros aos pares, primeiro os anteriores e depois os posteriores.

Com o animal relaxado, deve ainda palpar o ventre de forma suave. Nas fêmeas, sejam cadelas ou gatas, como o risco de cancro da mama é acrescido, preste especial atenção à palpação desta região, pois é aqui que se encontram as glândulas mamárias. Nas gatas existem quatro pares e nas cadelas são cinco, dispostos em duas cadeias paralelas desde as axilas até às virilhas. O mamilo situa-se no centro de cada glândula mamária e serve de referência para a sua localização, já que nas fêmeas que nunca tiveram ninhadas as glândulas mamárias são pouco desenvolvidas e difíceis de sentir. Os nódulos mamários podem medir desde alguns milímetros até vários centímetros e podem ter consistência e formato variáveis.

E se detetar um nódulo?

Alguns nódulos mamários podem ser benignos, mas a probabilidade de serem malignos é de 50% nas cadelas e de 80 a 90% nas gatas. Por isso  se detetar algum nódulo deve contatar o seu veterinário com brevidade, para que possa aconselhar-se e atuar rapidamente.

O que fazer para minimizar o risco de cancro da mama na sua cadela ou gata?

Esterilize-a! A ação mais importante para prevenir o cancro da mama nas cadelas e nas gatas é a esterilização antes do primeiro cio. A esterilização antes dos seis meses diminui o risco de surgimento deste cancro em 91% nas gatas e em mais de 95% nas cadelas. Este efeito preventivo vai diminuindo a cada cio, mas mesmo que tenha adotado uma fêmea já adulta, compensa esterilizá-la pois até nas fêmeas esterilizadas de forma tardia a probabilidade de desenvolvimento de cancro da mama é inferior à das fêmeas férteis, tendo ainda a vantagem de eliminar completamente o risco de cancro dos ovários e de infeções do útero (piómetra).

Outros fatores de risco para o cancro da mama

A obesidade tem um impacto grande na saúde global e apesar de não estar direitamente relacionada com o cancro da mama, é um fator crítico na imunidade e no surgimento de doenças. Para controlar o peso e prevenir a obesidade são necessários uma alimentação equilibrada e exercício regular.

Independentemente da idade a que a fêmea for esterilizada e da sua condição corporal, deve fazer a palpação mensal em casa e contatar o seu veterinário se detetar alguma alteração.

A hipertensão arterial nos animais de companhia

A hipertensão arterial nos animais de companhia

Os nossos animais também podem sofrer de hipertensão

O que é a hipertensão?

A hipertensão é uma elevação anormal da pressão arterial. A pressão arterial é a força gerada pelo sangue nos vasos sanguíneos através do batimento cardíaco. Quando a pressão arterial sobe acima da capacidade de resistência dos vasos sanguíneos, instala-se uma situação patológica com consequências graves e potencialmente fatais.

Tal como nas pessoas, quando a hipertensão se instala, pode lesionar diversos órgãos nos cães e nos gatos, como os rins, o coração, a retina ocular e o cérebro.

O que causa a hipertensão?

A hipertensão arterial é um dos problemas de saúde mais graves nas pessoas nos países desenvolvidos e é responsável por inúmeros ataques cardíacos e acidentes vasculares, sendo até apelidada de “assassino silencioso”. Nos humanos pode existir uma predisposição genética para a hipertensão (o que não se verifica nos animais), mas normalmente, a hipertensão surge secundariamente a outras doenças ou como consequência de maus hábitos de saúde (tabagismo e alcoolismo) e estilo de vida, como a obesidade e a má nutrição. Além da obesidade, as causas mais frequentes de hipertensão nos cães e nos gatos são as doenças hormonais (diabetes, hiperadrenocorticismo, hipertiroidismo) e as doenças renais.

Quais são as consequências da hipertensão?

A hipertensão lesiona os pequenos vasos sanguíneos de todos os órgãos. A rotura dos vasos provoca hemorragias (acidentes vasculares hemorrágicos) que lesionam diretamente os tecidos. Em seguida os tecidos que deveriam ser irrigados pelo vaso danificado deixam de receber oxigénio e nutrientes (acidente vascular isquémico) o que agrava a lesão dos órgãos.

Dependendo do calibre e da localização dos vasos sanguíneos afetados, os sinais podem desenvolver-se de forma silenciosa e lenta, ou de forma súbita e severa. Os órgãos mais sensíveis são os mais irrigados, como o coração, os rins, o cérebro e a retina.

  • No coração, além da lesão direta do músculo cardíaco (miocárdio), ocorrem alterações adaptativas à hipertensão que têm como resultado final a insuficiência cardíaca congestiva.
  • Nos rins, a destruição progressiva leva à insuficiência renal crónica.
  • No cérebro a hipertensão leva à degeneração senil (envelhecimento cerebral) precoce e pode provocar também acidentes vasculares cerebrais severos como os que acontecem nos humanos.
  • As lesões hipertensivas da retina levam à cegueira, que pode ser progressiva ou súbita.

Como se mede a pressão arterial?

A pressão arterial mede-se da mesma forma que nos humanos. Nos animais em cuidados intensivos é colocado um catéter especial numa artéria principal. Este é o método mais fidedigno mas também o mais invasivo. No dia a dia, opta-se pelos métodos indiretos, em que se coloca uma braçadeira insuflável para medir a pressão arterial numa artéria das patas ou da cauda, com aparelhos de dois tipos: doppler ou oscilométricos. Este procedimento é indolor mas requer a colaboração do animal. Por isso, independentemente da técnica, é necessário realizar a medição num ambiente tranquilo, pois o animal deve estar calmo.

Valores normais de pressão arterial de algumas espécies animais

Valores normais de pressão arterial de algumas espécies animais

Com que frequência deve ser medida a pressão arterial?

A pressão arterial deve ser medida pelo menos uma vez por ano nos animais com mais de 7 anos, e de 6 em 6 meses nos animais com mais de 9 anos, como medida preventiva integrada num check-up geriátrico. Os animais a quem já foram diagnosticadas doenças que provocam hipertensão devem fazer também um controlo frequente, independentemente da sua idade.

Se for diagnosticada hipertensão, deve-se investigar a sua causa com exames específicos.

Nos animais já diagnosticados, a pressão arterial deve ser medida pelo menos de 3 em 3 meses se estiver controlada, ou mais frequentemente de acordo com a necessidade.

Como se trata a hipertensão?

Em primeiro lugar deve investigar-se a causa da hipertensão, que geralmente é provocada por outra doença que pode estar oculta. Juntamente com o tratamento da doença primária, deve ser implementada uma dieta com baixo teor de sódio e, caso o animal seja obeso, deve iniciar-se um programa de perda de peso. Este programa deve incluir, além da dieta, controlos regulares do peso e exames físicos pelo médico veterinário que acompanha o animal, para ajustar a dieta à evolução individual.

Em casos mais severos pode ser necessário fazer medicação específica para baixar a pressão arterial e para modificar o funcionamento cardíaco. Os medicamentos que podem ser usados são diversos e têm de ser adaptados a cada caso pelo médico veterinário.

O meu animal tem “cancro” – e agora?

O meu animal tem “cancro” – e agora?

Infelizmente todos nós já contactamos de perto com alguém que se tenha debatido com um problema oncológico, muitas vezes com desfechos negativos.

Simulação de células tumorais

Também nos nossos animais este tipo de problemas são cada vez mais vezes diagnosticados.


Não cremos que a causa esteja numa incidência maior deste tipo de problemas, mas sim, porque cada vez mais, os donos e veterinários estão mais atentos a este tipo de patologias, porque a esperança média de vida das nossas mascotes aumentou e porque os meios de diagnóstico evoluíram muito nos últimos anos permitindo chegar mais vezes a um diagnóstico que noutros tempos passaria “ao lado” de tutores e médicos.


Existem muitos tipos de “cancros” diferentes e com as localizações mais diversas. Estas doenças afectam sobretudo animais com idades mais avançadas, mas alguns tipos de tumores podem afectar animais mais jovens.


Muitas vezes os desfechos são negativos, seja pela natureza ou localização do tumor em si, mas principalmente, devido a um diagnóstico tardio, não tanto por falha na assistência médica, mas sobretudo porque este tipo de doenças podem ter evolução lenta e insidiosa fazendo com que os donos não se apercebam de nada até que seja tarde demais.

No entanto há boas notícias, hoje em dia e cada vez mais, os meios diagnósticos permitem a identificação exacta destas doenças bem como a sua caracterização e já existem, tal como nos humanos tratamentos que permitem prolongar com qualidade a vida destes animais e nalguns casos muito particulares inclusivamente a remissão.


A mensagem mais importante a passar é de prevenção. Fazer um check up completo anualmente é muitas vezes a chave para um diagnóstico precoce e um melhor prognóstico para o seu amigo de quatro patas, este check up é facilmente executado através de uma simples colheita de sangue, uma ecografia e possivelmente um Rx.

Caso se confirme o pior cenário há que manter a calma e seguir os conselhos do seu médico veterinário

No que diz respeito às hipóteses de tratamento e prognóstico. Nem todos os animais serão bons candidato a determinados tipos de tratamento e há que ter uma conversa franca com o seu médico no que diz respeito a vantagens, problemas e prognóstico para cada um dos tratamentos. Numa grande parte dos “tumores” o seu animal poderá ter que ser sujeito a cirurgia para excisão, ou seja a remoção da massa tumoral, além dos tratamentos farmacológicos (quimioterapia) ou radiológicos.

Neste ponto vale a pena frisar que, apesar de este tratamentos serem também “pesados” para os nossos amigos de quatro patas, a maioria não apresenta efeitos secundários tão intensos como acontece, infelizmente, nos humanos.
Voltamos a frisar, neste tipo de doenças, tal como nos humanos, o factor decisivo no prognóstico é um diagnóstico precoce, como tal não deixe passar ao lado e faça uma visita ao HVA ou ao seu M.V habitual.

Diabetes mellitus

Diabetes mellitus

O que é a diabetes mellitus?

A diabetes mellitus é a doença hormonal mais comum nos animais de companhia. Resulta da produção inadequada de insulina pelo pâncreas, ou pela resistência das células à entrada da insulina existente em circulação.

A insulina possibilita que a glucose entre nas células, onde é depois metabolizada para produzir energia. A disfunção da insulina resulta em hiperglicémia (níveis altos de açúcar no sangue) e em glicosúria (perda de glucose na urina).

A presença de glucose na urina leva a que o animal diabético excrete grandes quantidades de urina e, consequentemente, beba muita água. Numa fase inicial, os animais que não metabolizam açúcar suficiente apresentam apetite aumentado. Com o evoluir da doença, com os efeitos do metabolismo descompensado, o apetite diminui.

Os sinais precoces da diabetes são:

  • micção frequente
  • beber grandes volumes de água
  • apetite desmesurado
  • perda de peso inexplicável
  • pelo baço e quebradiço, seborreia 

Nos casos mais avançados, os sinais são:

  • letargia
  • perda de apetite
  • vómito
  • desidratação
  • fraqueza
  • coma
  • cataratas (opacidade do cristalino), são comuns no cão diabético. As pupilas ficam baças e o animal perde gradualmente a visão.  

 Tratamento da Diabetes 

Geralmente, para tratar a diabetes há que fazer ajustes na dieta e administrar diariamente medicamentos que ajudam a diminuir os níveis de açúcar no sangue.

Na maioria dos casos esta medicação consiste nas injeções de insulina. A dose de insulina a administrar não se baseia apenas no peso do animal e tem de ser ajustada individualmente. Para ser determinada correctamente, o Médico Veterinário recomendará que o animal seja trazido à consulta para se realizar um teste chamado curva de glicémia, que permite estabelecer qual a dose de insulina necessária para cada paciente.

O mais provável é o tratamento da diabetes ter de ser feito para toda a vida. Ao longo do tempo vão ter de ser feitas “afinações” ao tratamento com medições regulares dos níveis de açúcar no sangue (glicémia) ou na urina (glicosúria).

Por este motivo, é possível que o Médico Veterinário peça ao dono que vá avaliando em casa as perdas de açucar na urina, com uma tira especial, para avaliar a eficácia do tratamento. Hoje, a administração de insulina tornou-se mais fácil com a nova VetPen, um aparelho semelhante ao usado pelos humano.

Será que o meu gato tem problemas urinários?

Será que o meu gato tem problemas urinários?

As queixas de problemas urinários em gatos são bastante comuns.

Muitas vezes os donos relatam que o seu gato está a ter dificuldade em urinar, que mia muito quando vai à caixinha de areia ou que está a urinar em locais estranhos.

A causa mais comum de Doença do Trato Urinário Inferior Felino é uma inflamação da bexiga e da uretra, sem motivo aparente, a que chamamos cistite idiopática.

Geralmente, quando se trata desta situação o cenário não é muito preocupante. No entanto, existem outras causas possíveis para esta condição, bastante sérias e que devem ser motivo de preocupação.
Gatos de qualquer idade, raça ou género podem ser afectados. No entanto, a doença é mais comum em gatos machos, de meia idade, sem acesso ao exterior, com excesso de peso e que são alimentados com ração seca.


Sempre que o seu gato manifestar alterações na maneira ou  frequência com que urina, procure aconselhar-se com o seu médico veterinário sobre a possível causa para essa mudança e medidas a adoptar.


O tratamento terá sempre de ser orientado à causa da doença e geralmente envolve medicação, alteração da dieta e perda de peso, o aumento do consumo de água e enriquecimento do ambiente, de forma a eliminar stress (como por exemplo, aumentar o número de caixas de areia e fornecer brinquedos).


Na eventualidade do gato simplesmente não urinar, trata-se de uma emergência e deve dirigir-se ao hospital sem demora.

Fonte: Petable

Cistite idiopática felina

Cistite idiopática felina

É um processo inflamatório da bexiga urinária, de causa desconhecida (idiopática) e que representa mais da metade dos problemas do trato urinário inferior dos gatos.

Causas predisponentes

A maioria dos gatos com cistite idiopática tem entre dois e seis anos de idade. Um estudo revela que gatos obesos, de raça pura e que sob condições de estresse são mais suscetíveis à doença. Além disso, animais que se alimentam exclusivamente de ração seca são mais acometidos também.

O stress, independente da causa, causa alterações no sistema imunológico, neurológico, endócrino e vascular.

Gatos que moram em casas com superpopulação de gatos e/ou que não possuem uma caixa de areia sempre limpa e bem localizada também podem ser predispostos  para este problema.

Diagnóstico diferencial

Existem outras doenças que podem apresentar sintomas semelhantes e serem facilmente confundidas. As mais comuns são, infeções urinárias, cálculos urinários que se podem alojar na uretra, tumores, entre outras.

Prevenção

Garantir um adequado consumo de água é muito importante, os gatos devem ter acesso continuo a água limpa, existem também no mercado “fontes” elétricas que por manterem a água em movimento estimulam um maior consumo de água.

Hoje em dia estudos já demonstraram que parte da alimentação deve ser húmida (“latinhas”). Deve evitar-se no entanto produtos de qualidade inferior que podem conduzir a outras causas de problemas urinários, como cálculos vesicais.

Mantenha a caixinha de areia sempre limpa e em local reservado. É aconselhável também ter mais do que uma caixa de areia para o seu gato, se tiver mais do que um este cuidado é ainda mais importante.

Evite mudanças bruscas na rotina

O meio onde o seu gato vive deve ser enriquecido, tendo à disposição brinquedos, arranhadores, “poleiros” para poderem estar à janela, se necessário recorrer a difusores de hormonas, entre outras medidas, de modo a manter a “mente” deles ocupada.

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